BIG BAD
"The
Clock Tower", a torre que abriga o Big Ben, agora chama-se "Elizabeth
Tower" - em homenagem aos 60 anos de reinado da Rainha Elizabeth. Talvez
isso explique o fato da torre ter entortado 26 centímetros do
dia para a noite. É como se o prédio estivesse se curvando em reverência à
monarca, demonstrando seu respeito e gratidão pela fama conquistada. Porém,
estando fora do eixo, fica a pergunta: conseguirá o Big Ben manter a histórica
pontualidade, com o mecanismo do relógio penso para um dos lados? Que
credibilidade terá o mais célebre dos marcadores de horas daqui pra frente, com
seus ponteiros vacilantes e nada confiáveis?
O
solo argiloso das margens do Tâmisa, as obras do metrô abaixo do parlamento
britânico e falhas estruturais da construção, de 1858, são possíveis causas
apontadas para o fenômeno. Não acredito em nenhuma delas, e tenho motivos para
formular minha particular teoria da conspiração.
Creiam-me:
há uma escavação em progresso nos seus pilares subterrâneos, capitaneada pelo
Príncipe Harry e com o apoio logístico da Al-Qaeda. O plano é simples e maquiavélico.
O buraco que irá deixar a torre sem sustentação prossegue sendo cavado em ritmo
lento, madrugada após madrugada, pelos terroristas infiltrados como manobristas
de estacionamento da Câmara dos Lordes, e assim continuará a empreitada até a
morte da rainha, provavelmente por causas naturais.
Uma
vez morta a figura máxima da Dinastia Windsor, o processo de escavação do
alicerce será interrompido, para colocação de algumas toneladas de dinamite no
lugar da terra retirada. Aproximando-se o cortejo fúnebre da Abadia de
Westminster, onde certamente Elizabeth será enterrada, o perverso Harry, a uma
distância segura tanto da torre quanto da igreja, ordenará via walk-talk a
derrubada do monumento no exato instante em que passarem perto dele os
Príncipes Charles e William, que antecedem Harry na linha de sucessão.
A
rainha estará duplamente morta, William e Charles fora do páreo pelo trono e
boa parte do primeiro e do segundo escalões da família real também estará
dizimada, o que fará de Harry o legítimo rei - sem nenhuma possibilidade de
contestação. Em seguida, começarão as investigações para apurar as responsabilidades
pelo atentado. O novo rei descumprirá o combinado com a Al Qaeda e entregará
para a polícia inglesa, através de denúncias anônimas, todos os terroristas
envolvidos no imbroglio. Amaldiçoados
pela mídia e pela opinião pública, contarão toda a verdade mas cairão no
descrédito ao tentarem difamar Harry, o agora enlutado e solitário habitante de
Buckingham.
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Marcelo Pirajá Sguassábia é
redator publicitário e colunista em diversas publicações impressas e
eletrônicas.
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Email: msguassabia@yahoo.com.br
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