VASOS
Um vaso e sua flor-de-maio. A preferida do meu pai, por ser
a favorita da minha avó, que poderia ser também o xodó da mãe dela. Difícil
saber de onde remonta essa hegemonia botânica nos quintais da família. Vinga na
sombra, no estio do outono, com pouco se basta.
Hoje outras flores nos vasos de bronze, sobre o granito marrom. Do pai, a cama permanente com vista para a serra. Dentro, crisântemos. Fora, o choro que dá rega - de tanto e tão sentido, sincero e derramado. Pai vaso eterno, de titânio. Recipiente e pilar do mundo.
Hoje outras flores nos vasos de bronze, sobre o granito marrom. Do pai, a cama permanente com vista para a serra. Dentro, crisântemos. Fora, o choro que dá rega - de tanto e tão sentido, sincero e derramado. Pai vaso eterno, de titânio. Recipiente e pilar do mundo.
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Marcelo Pirajá Sguassábia é
redator publicitário e colunista em diversas publicações impressas e
eletrônicas.
Blog:
Email: msguassabia@yahoo.com.br
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