ILUSTRES DE PÈRE LACHAISE
Maior
cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo, o Père
Lachaise notabiliza-se pelo grande número de celebridades ali
sepultadas - entre artistas, cientistas, políticos e
filósofos. Algumas delas não tão enaltecidas
pela mídia, porém merecidamente lembradas pelos seus
grandes feitos.
Huguenote
François Legrand, injustiçado expoente da chamada baixa
gastronomia francesa, criador da melancia flambada e de outras
receitas de dificílima execução e forte apelo
popular. Todo 17 de maio, dezenas de crepes de nutella são
depositados sobre sua lápide para marcar o aniversário
de nascimento dessa figura ímpar em seu métier, cujo
desaparecimento precoce até hoje provoca sentido pranto e
colapsos nervosos entre seus companheiros de sauna.
Carcamonde
Etoile des Trèsjolie, pioneira nos serviços de varrição
noturna no décimo quinto arrondissement e vizinhanças,
regiões parisienses onde, em sua época, concentravam-se
bancas de mariscos, patos selvagens e escargots de linhagens
variadas. Seu túmulo é um dos pontos de maior afluxo de
turistas no cemitério. Guias das agências de viagem
precisam agendar visitas em grupo com meses de antecedência.
Nos últimos anos, o alto risco de pisoteamento nas
proximidades do jazigo forçou a polícia francesa a
criar um destacamento de homens especialmente dedicado à
vigilância do local.
Afonse
Frèderic Eiffel, sobrinho-neto do autor da torre. A ele é
atribuída uma série de 23 importantes aperfeiçoamentos
no fole do acordeon típico da chanson francesa. Seus
escritos, publicados em dois volumes - hoje encontráveis
exclusivamente em sebos especializados - constituem uma verdadeira
bíblia para todos aqueles que sonham em fazer dinheiro nas
estações de metrô da capital.
Brigitte
Saint-Preux de Lisle, vendedora ambulante que ganhava a vida nas
imediações da Pont dês Arts. Vendia os chamados
“cadeados do amor” e em seguida, com uma chave-mestra, abria-os e
repunha-os em seu estoque.
Le
petit bâtard (O pequeno bastardo): ninguém contesta que
Toulouse-Lautrec, em seus anos de maior desregramento e libidinagem,
deixou uma vasta prole nos puteiros de Paris. Um de seus filhos,
jamais reconhecido pelo pai, ganhou notoriedade em todo o bairro de
Montmartre em razão do singular dote de promover transfusões
sanguíneas telepaticamente, ou seja, transferindo o sangue de
uma pessoa para outra sem o uso de seringas e agulhas. Lautrequinho é
também nome de uma alameda na cidade de Lion e batiza um
chafariz nas proximidades do Bois de Boulogne.
Direitos
Reservados
Mon
petit hommage aos verdadeiramente célebres cartunistas do
Charlie Hebdo - alguns deles sepultados no Cemitério de Père
Lachaise.
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