LIVRAI-NOS DO CAOS, AMÉM
Eu sou criacionista. Católico, apostólico, romano e criacionista
convicto - daqueles dogmáticos, que acreditam que o mundo foi criado em uma
semana mesmo, por mais que os últimos Papas admitam, eles próprios, que essa
história é linguagem figurada. E olha que não é brincadeira continuar
criacionista roxo quando entende-se por mundo o Universo todo, o que significa
uma carga de trabalho que deixaria o Criador sem tempo nem para uma espiadinha
rápida no facebook da época, nos seis árduos dias de sua empreitada.
Entretanto, assumo que os argumentos anti-criacionistas são muito
sedutores. Especialmente os que defendem o caos como balizador do Universo.
Pela lei das probabilidades, a chance de um pobre mortal acertar na Mega Sena fazendo um joguinho simples é de uma em cinquenta milhões. Se considerarmos a infinitude do Cosmos, chegamos a quatrilhões, quinquilhões de galáxias. Isso só por aqui, nos quarteirões celestes mais próximos. Vamos admitir que reunir em um só planeta todos os acasos possíveis para que se organize a vida, tal qual a conhecemos, seja o mesmo que ganhar sozinho na dita Mega Sena. Então concluiremos que alguns mundos perfeitos têm de necessariamente existir, pois, num conjunto de possibilidades infinitas, é evidente que mundos onde tudo teoricamente funciona direitinho acabam eclodindo. Da mesma forma que os imperfeitos - só que estes em número bem maior, pois é muito mais fácil dar tudo errado do que tudo certo. Fazendo uma comparação para ilustrar: se jogarmos 20 dados juntos infinitas vezes, em algumas dessas vezes todos os dados cairão com o número 6 virado pra cima. Seria o nosso caso. Felizmente.
Pela lei das probabilidades, a chance de um pobre mortal acertar na Mega Sena fazendo um joguinho simples é de uma em cinquenta milhões. Se considerarmos a infinitude do Cosmos, chegamos a quatrilhões, quinquilhões de galáxias. Isso só por aqui, nos quarteirões celestes mais próximos. Vamos admitir que reunir em um só planeta todos os acasos possíveis para que se organize a vida, tal qual a conhecemos, seja o mesmo que ganhar sozinho na dita Mega Sena. Então concluiremos que alguns mundos perfeitos têm de necessariamente existir, pois, num conjunto de possibilidades infinitas, é evidente que mundos onde tudo teoricamente funciona direitinho acabam eclodindo. Da mesma forma que os imperfeitos - só que estes em número bem maior, pois é muito mais fácil dar tudo errado do que tudo certo. Fazendo uma comparação para ilustrar: se jogarmos 20 dados juntos infinitas vezes, em algumas dessas vezes todos os dados cairão com o número 6 virado pra cima. Seria o nosso caso. Felizmente.
Um amigo,
estudioso do caos e seus desdobramentos, não só defende a teoria como formulou
o que denomina “Gradientes de Fatores Caóticos”.
FATOR CAÓTICO 5
É nessa categoria que encontramos o maior número de mundos. Tudo é bagunçado e a matéria se aglutina sem um mínimo ordenamento lógico. São estilhaços do big bang que deram o azar de não formarem nada que preste ou faça sentido.
FATOR CAÓTICO 5
É nessa categoria que encontramos o maior número de mundos. Tudo é bagunçado e a matéria se aglutina sem um mínimo ordenamento lógico. São estilhaços do big bang que deram o azar de não formarem nada que preste ou faça sentido.
FATOR CAÓTICO 4
Nessa classificação se alinham planetas repletos de achados ainda não
catalogados e compreendidos pela ciência, porém são mundos não tão primitivos
quanto os da categoria 5. Com alguma boa vontade teórica e uns milhões de anos
de espera, é razoável supor que venham a abrigar formas elementares de vida.
FATOR CAÓTICO 3
Sóis sextavados, camisas com bolsos virados para baixo, espigas de milho com no máximo 3 grãos e nuvens de enxofre líquido formam algumas das aberrações dos astros desse grupo intermediário, que luta bravamente contra o rebaixamento.
FATOR CAÓTICO 2
São os mundos “quase lá”. Aqueles em que faltou um triz, um empurrãozinho do destino pra que tudo se encaixasse. Encontram-se comumente nessas paragens os narizes com uma narina, mãos de seis dedos e meio, canetas que vazam sem razão aparente, sapos que coaxam em decibéis insuportáveis e Woody Allens inteligentíssimos e com piadas ótimas, mas que às segundas tocam tuba ao invés de clarinete.
São os mundos “quase lá”. Aqueles em que faltou um triz, um empurrãozinho do destino pra que tudo se encaixasse. Encontram-se comumente nessas paragens os narizes com uma narina, mãos de seis dedos e meio, canetas que vazam sem razão aparente, sapos que coaxam em decibéis insuportáveis e Woody Allens inteligentíssimos e com piadas ótimas, mas que às segundas tocam tuba ao invés de clarinete.
FATOR CAÓTICO 1
São os mundos que o caos fez calhar de serem originalmente perfeitos
(isso antes do homem inventar de interferir e começar a estragar o brinquedinho).
Onde a água é H2O e não H16O, onde a lei da gravidade não deixa os suflês de
chuchu planarem acima do prato e onde há crepúsculos maravilhosos, como os
encontráveis em São João da Boa Vista.
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