FECHADO PARA BALANÇO
1
Aquelas
tantas luzinhas que enxergamos ao apertar os olhos com força.
Foi nessa hora que te vi dourada e escorregadia, pelo menos assim
você me parecia deslizando pelo túnel das córneas,
sorrindo e vertendo mel. Estamos os dois a passos muito largos para
sabe Deus, em vias de virar xepa de estranha feira, tiozão e
tiazinha alçando o gozo das cinzas. O tempo parece que cisma
de desnortear ponteiros. Agora, só reencarnando.
2
Parem
as máquinas que eu quero o viço dos azuis
multipiscinas, bolo-mármore perfumando meus quintais, a ânsia
de escalar painas - os anos verdes, enfim. Esconde-esconde de nada
que me subtraia esses dias: respondo em todas as instâncias
pela vida em que me meti. Dispenso os atenuantes por todo o errado
que fiz, do que podia e não foi, esses dilemas de antanho. Um
zero de serventia. Não tiro meu corpo fora: zona de conforto é
puteiro com colchão d'água.
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